5 exposições gratuitas para ver em São Paulo ainda em 2025

Para quem estiver em São Paulo nas últimas semanas de dezembro, a cidade oferece um percurso singular por exposições gratuitas que atravessam arte contemporânea, corpo, ancestralidade, memória, paisagem e água em todas as suas camadas. É aquele tipo de roteiro que se faz de metrô, a pé, com uma pausa para o café no meio da tarde. Mas que deixa na volta para casa um mundo de ideias em trânsito, reconfigurando a forma como a gente olha para a cidade e para o próprio corpo dentro dela.

Foto de Thales Leite

No Sesc Belenzinho, Ònà Irin: caminho de ferro, da artista baiana Nádia Taquary, propõe uma travessia sensorial pelas cosmologias afro-brasileiras, guiada pela centralidade das forças femininas negras. Entre esculturas, instalações e uma videoinstalação, o visitante percorre um caminho simbólico em que mito, espiritualidade e cotidiano contemporâneo se entrelaçam, convocando tempo e memória como formas de resistência e criação. É daquelas exposições para andar devagar, prestar atenção na própria respiração e perceber como o espaço expositivo também pode funcionar como encruzilhada de histórias.

No centro histórico, o CCBB São Paulo recebe CORpo MANIFESTO, primeira grande exposição individual do artista Sérgio Adriano H na capital paulista. Mais de 100 obras fazem do corpo uma plataforma de resistência, linguagem política e território de afirmação identitária, em um percurso atravessado por temas como memória, racismo estrutural, decolonialidade e reconstrução histórica. A cada sala, o visitante é convidado a se ver implicado nesse debate, num encontro direto entre arte, educação e transformação social, em plena região central da cidade.

Foto de Divulgação

De lá, vale atravessar a cidade até Pinheiros e montar uma tarde inteira de visita ao Instituto Tomie Ohtake, que reúne três exposições em diálogo intenso entre herança cultural, paisagem, água, território e pensamento crítico. Em Sonia Gomes – Barroco, mesmo, a artista mineira faz um encontro potente entre sua obra e o legado barroco brasileiro, encarado não apenas como estilo, mas como campo de tensões históricas, culturais e simbólicas. Tecidos, cordas e materiais do cotidiano viram esculturas e instalações que condensam corpo, memória e ancestralidade, como se o barroco se espichasse até o presente em dobras têxteis, curvas, nós e cores que pedem olhar de perto.

Também no Tomie, A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant toma como ponto de partida o pensamento do poeta e filósofo martinicano para imaginar um museu em movimento, dedicado à errância e à noção de Relação. Obras, documentos e arquivos de artistas de diferentes geografias e gerações compõem um percurso de múltiplas camadas, em que paisagem, linguagem, memória e política se encostam e se friccionam. A sensação é de estar num espaço de escuta e atravessamentos, em que territórios e tempos distintos se reconhecem e se desestabilizam mutuamente.

Foto de Divulgação

Fechando o circuito, Águas subterrâneas: narrativas de confluências, integrante da Temporada França-Brasil 2025, conecta o sistema Tietê–Pinheiros, em São Paulo, ao rio Charente, na França. Artistas brasileiros e franceses se debruçam sobre a água como elemento vital, político e simbólico, construindo um espaço de coexistência em que ecologia, território, memória e infraestruturas urbanas se entrelaçam. Ao longo da visita, dá para sentir como essas correntes subterrâneas, geográficas, históricas e afetivas, também atravessam o nosso modo de habitar a cidade.

Serviço

Ònà Irin: caminho de ferro — Nádia Taquary

Local: Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)
Em cartaz: Até 22 de fevereiro de 2026
Horário: Terça a sábado, das 10h às 21h; domingos e feriados, das 10h às 18h
Classificação indicativa: Livre
Metrô mais próximo: Belém

CORpo MANIFESTO — Sérgio Adriano H

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP)
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – São Paulo (SP)
Em cartaz: Até 09 de fevereiro de 2026
Horário: Todos os dias, das 9h às 20h (fechado às terças)
Classificação indicativa: Livre
Metrô mais próximo: São Bento

Sonia Gomes – Barroco, mesmo

Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: Av. Faria Lima, 201 (entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros – São Paulo (SP)
Em cartaz: Até 08 de fevereiro de 2026
Horário: Terça a domingo, das 11h às 19h (última entrada às 18h)
Classificação indicativa: Livre
Metrô mais próximo: Faria Lima (Linha 4 – Amarela)

A terra, o fogo, a água e os ventos – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant

Em cartaz: Até 25 de janeiro de 2026
Horário: Terça a domingo, das 11h às 19h (última entrada às 18h)
Classificação indicativa: Livre

Águas subterrâneas: narrativas de confluências

Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: Av. Faria Lima, 201 (entrada pela Rua Coropé, 88) – Pinheiros – São Paulo (SP)
Em cartaz: Até 08 de março de 2026
Horário: Terça a domingo, das 11h às 19h (última entrada às 18h)
Classificação indicativa: Livre
Metrô mais próximo: Faria Lima (Linha 4 – Amarela)